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Acabou em impasse as reuniões dos integrantes dos bois Caprichoso e Garantido para  discussão do regulamento do 39º Festival Folclórico de Parintins. As rodadas de negociações estavam sendo realizadas em uma das salas do bloco F, no Sambódromo de Manaus.

Após exautivas discussões que iniciaram pela parte da tarde e entraram pela noite, os representantes de Garantido e  Caprichoso não conseguiram se entender quanto ao tempo de apresentação dos bois na arena e suspenderam a reunião.

O Caprichoso não queria alteração no regulamento, mas chegou, durante as discussões, a ceder no tempo de duração das apresentações de duas horas e meia.

Já o Garantido, pleiteia três horas de apresentação, mas aceitava as duas horas e meia, desde de que os bois tivessem quinze minutos para desmontagens dos equipamentos. Os membros do Caprichoso bateram o pé e não aceitam esse tempo, nem que ele fosse reduzido para dez minutos, como os integrantes do Garantido passaram a pleitear.

Após ter acordado em aumentar o número de fiscais de 10 para 14 como propôs o Garantido e subdividir os jurados em cinco blocos de notas - quatro blocos com quatro itens e um com cinco (no regulamento anterior são três blocos de notas com cada jurado julgando sete itens) e aprovado o aditivo de que os jurados não receberão cachê, a comissão voltou a discutir o tempo de apresentação dos bois na arena.

Foi quando o "tempo fechou" e o presidente do Caprichoso, César Oliveira, explicou que não abriria mão das duas horas e meia, e sem lastro de tempo para entrada e saída do boi na arena. Como as duas partes não cederam, os membros da Comissão pelo lado do Caprichoso, também formado por Socorro Lopes, Ciro Cabral e Sandro Silva, deixaram a sala de reuniões do bloco F, do Sambódromo.

"Tinhamos acordado, antes do impasse, que íamos lanchar e voltar para avançar nas discussões, mas como houve acordo não adiantava mais ficar discutindo", explicou Ciro Cabral, destacando que já tinham cedido a pelo menos nove propostas do Garantido.

Decisão só em Parintins

Agora, de acordo com ele, a decisão sobre o novo regulamento do Festival deverá ser conduzida por Parintins. "O César Oliveira viajou ontem à noite, a Socorro Lopes também", disse Cabral, que afirmou não ter poderes de decisão para "bater o martelo" em reuniões em Manaus.

Ciro Cabral explica que o Caprichoso preparou o boi de arena se adequando ao tempo de duas horas. "Começamos a formatar o boi em abril. Mas agora o Garantido ,que preparou o boi para três horas quer mudar. O presidente do Caprichoso já cedeu em meia hora", explicou.

O membro da Comisão pelo Caprichoso assegura que a parte mais melindrosa do regulamento, que a decisão sobre o corpo de jurados, nem chegou a entrar na pauta da reunião. "Como trazer jurados do Sul do país se só temos hoje e amanhã?", questionou. A Secretaria de Cultura (SEC) destinou R$ 20 mil para cada boi providenciar o corpo de jurados do 39º Festival Folclórico de Parintins.

Propostas

Na realidade, o Caprichoso defende a manutenção dos itens do regulamento do ano passado, como afirmou Socorro Lopes, embora tivesse aceitado discutir alguns "ajustes" que deveriam ser feitos no regulamento, que perdeu a validade no dia 14 de maio último.

Já o Garantido, levou para mesa de discussões 17 propostas de alterações. Além do tempo de duração de apresentação na arena do Bumbódromo, o boi queria a inclusão de um auditor fiscal internacional para fiscalizar o cumprimento do regulamento e mudar o sistema de sorteio da ordem do desfile, que passaria a ser feito algumas horas antes do boi entrar no Bumbódromo e não mais no dia 27.

"Para criar um clima de suspense e emoção entre os bois",como explicou o administrador Felipe Júnior, membro da Comissão do Bumbá Garantido, que também é formada por Walfram Braga, Márcia Fernandes e Ely Rodrigues.

O Caprichoso descartou essa possibilidade, pois garante Socorro Lopes, um festival com fama nacional e internacional passaria uma imagem de desorganização.Também, na sua opinião, prejudicaria a logística dos bois.