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O Folclore é Azul

26/06/2004, Jornal A Crítica

Os sete cavaleiros de criação artística do boi Caprichoso - Juarez Lima, Karu Carvalho, Rossy Amoedo, Ozéas Bentes, Helton Campos, Ito Teixeira e Jairzinho Mendes - vão levar para a arena do Bumbódromo, no 39º Festival Folclórico de Parintins, os segredos, mistérios e temores que povoam o imaginário popular de quem vive na Amazônia, em especial de caboclos e ribeirinhos. O tema deste ano é Amazonas, terra do Folclore e fonte de vida.

Serão apresentados três rituais, lembrando tribos indígenas muito especiais e particulares: os matis, que moram na bacia do Vale do Rio Javari; os kamayurá, que vivem no Parque Indígena do Xingu; e os tupinambás, grupo já extinto, famoso por ser canibal. Os matis acreditam no ancestral chamado mariwin, ou cara-de-gato, que seria o pai das feras felinas. Os kamayurás apresentarão o ritual dos mortos, kuarup, que também é de iniciação; e os tupinambás aparecerão com o rito antropofágico.

Segundo o pesquisador e membro do Conselho de Arte, Edvander Batista, 26, a diferença dos rituais do boi Caprichoso é que todos são originais,r eais e ainda praticados. Nada é ficção , invenção ou remake.

Apostando no realismo fantástico também, o Caprichoso levará para o Bumbódromo as lendas da boiúna (cobra-grande), do famoso boto (que ainda encantada mulheres em noites escuras) e de coacy beija-flor, história típica parintinense. Os rituais levam a assinatura de Juarez Lima, Ozéas Bentes e Helton Campos.

Em busca do bicampeonato, o boi azul apresentará cinco alegorias por noite, botando fé na beleza de serpentes, da mãe Iara (de 27 metros de comprimento), de uma réplica do Teatro Amazonas, da floresta, no sagrado, no mitológico e em índios fantásticos, fazendo uma viagem de magia, encanto e delírios amazônicos.

Criaturas e criadores estarão na arena defendendo as cores azul e preta, do boi da Franceza, para mostrar que a cidade de Parintins é uma fonte latente folclórica e de magia no Estado e no País.

Amazônia Brasileira

O Garantido vai defender, nos três dias do 39º Festival Folclórico de Parintins (município a 325 quilômetros de Manaus), o tema Amazônia, Coração Brasileiro. Conforme a diretoria, a idéia é mostrar o compromisso do bumbá vermelho e branco em retratar a região, a beleza dos povos, o ciclo dos rios, as figuras mitológicas e lendárias de índios e caboclos.

Retomando uma velha tradição de manter segredo sobre tudo o que será levado para a arena, a Comissão de Artes reduziu ao máximo a informação repassada à imprensa e pouca coisa vazou sobre as três apresentações do Garantido.

O que se sabe é que numa das noites o destaque do espetáculo está concentrado no ritual Baramacu, inspirado na toada de Demetrius Haidos e Geandro Pantoja. A atenção de quem for ao Bumbódromo deve ser redrobada na hora de apresentação da figura típica regional, que enfoca os Pescadores de Doações, populações que habitam o chamado estreito de Breves, localidade onde o rio Amazonas tem uma de suas menores extensões de margem a margem.

Atenção redobrada também será necessária na hora da apresentação da alegoria Juma porque, à boca pequena, conta-se que ele entrará na arena sem qualquer ajuda humana. Será um robô, com movimentos sicronizados por computador. Para colocar o espetáculo na arena, o boi da Baixa do São José investiu R$ 2,5 milhões, conseguidos junto ao patrocinador oficial e fontes governamentais.

As alegorias começaram a ser retiradas dos galpões da Cidade Garantido na última sexta-feira e todas que serão usadas na primeira noite de festa, amanhã, já estão no estacionamento do Bumbódromo. Entre essas peças destacam-se uma réplica da Catedral de Nossa Senhora do Carmo e uma onça de mais de dez metros de altura.

Nos galpões, o  artista e integrante da Comissão de Artes, Júnior de Souza, informou que o trabalho, iniciado há três meses, encerrou e só falta os acabamentos de rua. São pequenos retoques dados na alegoria quando ela já está na concentração, diz.