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Desrespeito

28/06/2004, Jornal A Crítica

Os desencontros e desavenças pessoais entre representantes de Garantido e Caprichoso e a lentidão do Governo do Estado quase inviabilizaram a disputa do 39º Festival Folclórico de Parintins (município a 325 quilômetros de Manaus). Para piorar gerou um atraso na abertura da festa, o que irritou a galera presente ao Bumbódromo. Vale lembrar que o governo assina todo ano um cheque de R$ 7 milhões com dinheiro do contribuinte amazonense para bancar o espetáculo.

Somente na manhã de ontem, oito horas antes do início da festa e após uma intervenção do governador Eduardo Braga, chegou-se a um consenso sobre um regulamento e a escolha dos jurados, que à noite, meia-hora antes do início do espetáculo, foram escolhidos entre jornalistas, celebridades, intelectuais e empresários que estavam de bobeira na Ilha Tupinambara por qualquer motivo, menos ser jurados da primeira noite do mais importante festival folclórico do mundo.

Na ópera-bufa extra-bumbódromo armada pelos representantes dos bumbás e o governo, todos posaram de artista principal, deixando para torcedores e artistas plásticos o papel de bobo da corte. O presidente do Garantido, José Walmir Lima, jogou a culpa pela indefinição no presidente do Caprichoso, César Oliveira, que no sábado havia concordado com a escolha dos jurados vindo Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

No domingo, conforme José Walmir, numa versão confirmada pelo secretário de Estado da Cultura, Robério Braga, o azul voltou atrás e não aceitou o regulamento que havia assinado um dia antes.

O Caprichoso, por sua vez,voltou a invocar a figura do ex-superintendente da Caixa Econômica Federal do Amazonas e sócio do Garantido, Armando do Vale, para justificar o recuo. De acordo com uma fonte no boi azul, a diretoria tem em mãos recibos de um hotel em Cuiabá, capital do Mato Grosso, indicando que Vale esteve lá no domingo. Bastou isso para se levantar a suspeita de que sua missão por lá fosse comprar jurados.

Governo

Dono da caneta que libera a verba para os bumbás, Robério Braga considerou que o governo teve de fazer uma interviniência para selar o acordo de última hora que garantiu a disputa. O governo cumpriu o seu papel. Mesmo que não houvesse o acerto entre eles, certamente haveria jurados para arbitrar a disputa, pois essa era a decisão do governador Eduardo Braga, disse secretário.

Questionado sobre a demora do governo para intervir na briga de comadre entre os dois bois bumbás, Robério alegou que há dois meses promoveu um seminário crítico sobre o festival e desde então tenta mediar um acordo. O coordenador da Comissão de Artes, Fred Goés, contudo, criticou o institucional (governo) por não acompanhar o desenvolvimento artístico dos bumbás. O espetáculo está melhor a cada ano, mais bonito e mais atraente, mas o governo não acompanhou. O seminário, por exemplo, foi realizado quando nós já estávamos nos galpões, com o boi todo desenhado. A maioria não pôde participar, falou Fred.