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Garantido de Coração Brasileiro

29/06/2004, Amazonas Em Tempo

Boi finaliza sua participação no Festival de Parintins explorando enredo que dá nome ao tema da associação para este ano.

Uma Amazônia, Coração Brasileiro é o que vai mostrar nesta quarta-feira (30) o Boi Garantido no último dia do 39º Festival Folclórico de Parintins (a 325 quilômetros de Manaus). Tema do boi pra este ano (que também faz alusão à Amazônia, Pátria Verde), a apresentação trará ênfase da toada Amazônia, Coração Brasileiro, de autoria dos compositores Cezar Moraes e Márcio Azevedo e que é considerada uma das mais belas da associação folclórica neste ano.

A idéia proposta pela Comissão de Arte do Boi do Coração - como é conhecido o Garantido é retratar os amazônidas e as suas várias formas de celebrações em ramos como arte e da religião.

O primeiro destaque desta noite pelo Boi vem através da Celebração Folclórica Folclore Brasileiro, que enfatiza um retorno às raízes nordestinas do bumba-meu-boi e uma incursão pelo nascedouro do boi-bumbá de Parintins.

A proposta é que o cenário seja uma celebração ao folclore brasileiro, ao índio, ao negro e ao branco transfigurado no caboclo, no mestiço, que tanto contribuíram para a formação cultural do País.

O segundo destaque será Macunaíma e a árvore da vida, a Lenda Amazônica na qual Macunaíma criou os rios da Amazônia.

A Figura Típica Regional traz o Romeiro de São José, que caracteriza, com muita propriedade, a religiosidade da Amazônia e particularmente, em Parintins, uma herança da catequese jesuíta-carmelita.

O Boi Garantido encerra sua apresentação no 39º Festival de Parintins com o Ritual Indígena Universo Mítico Xavante, que mostrará o povo verdadeiro dos xavantes (Auwê Uptabi) que vivem no Mato Grosso, em total de 12 mil pessoas divididas nos clãs Poreza: õno (girino) e Wawê (Agua Grande). Através de uma encenação teatral, vai revelar ao público do Bumbódromo essa identidade Xavante.

2º dia

Ontem, em seu segundo dia, o Garantido retratou o tema Parintins da Amazônia, enfocando o folclore da Ilha Tupinambara (Celebração Folclórica), Crianças Canoeiras (Figura Típica Regional), Muiraquitã (Lenda Amazônica) e Ritual Mítico de Criação do Mundo Bara-Maku.

Na primeira noite do Festival Folclórico de Parintins, o vermelho e branco empolgou em apresentar o tema Amazônia, Pátria Verde. Entre outros destaques, o Boi conseguiu se sobressair no ritual indígena A Mística do Pajé, onde o norte-americano Eric Scoth fez um sobrevôo na Arena do Bumbódromo de Parintins em uma cadeira voadora impulsionada por propulsão a jato. Ele representou o espírito evocado de Mavutsinin, herói criador dos índios Kamaiurá, do Xingu.

Outro dos vários momentos de impacto a representação dos lamparineiros, antigos moradores de Parintins que iluminavam as ruas da cidade para a brincadeira de boi-bumbá dos tempos de Lindolfo Monteverde, fundador do boi Garantido.

Um incêndio na escultura de uma cobra, da alegoria do Gigante Juma, foi o único momento de tensão da primeira noite do vermelho e branco. O fogo foi controlado pelos bombeiros sem registros de feridos.

Caprichoso exalta o índio

O boi Caprichoso tenta, com os rituais indígenas, recuperar a confiança de sua galera que não gostou da apresentação do primeiro dia de festa.

O boi-bumbá Caprichoso dedica aos índios sua última noite de apresentação no 39º Festival Folclórico de Parintins. Na arena o bumbá vai soltar um grito de lamento e clamor pela preservação dos índios e da cultura indígena.

Grandes monstros surgirão na arena reverenciando as nações indígenas, enfatizados em todos os atos de apresentação.

O bumbá, que luta pelo bicampeonato, terá seu ponto alto na noite de homenagem aos índios, no ritual Kuarup, com a sua reverência aos mortos e de valorização das tribos indígenas.

Os rituais indígenas são a recriação de ritos xamânticos, presididos pelo pajé, que são relatados e documentados por antropólogos, sertanistas e historiadores.

Figuras como a do indigenista Orlando Villas Boas, que muito se destacou na luta pelas causas indígenas serão lembradas na apresentação do bumbá, como o foram os mártires Leopoldo Kaigang e Galdino Pataxó, simbolizado na alegoria A Pietá Tupi. Como destacou o Edwander Batista, do Conselho de Arte do Caprichoso, o boi fará uma reverência ao cacique Villa Boas na arena.

Este ano o Caprichoso também enfatiza a defesa dos povos indígenas, destacando as lutas no decorrer dos séculos de colonização. Não esquecerá do crescimento tribal e onde diversas nações, após a criação das áreas de proteção indígenas voltaram a crescer e a resgatar os ritos, as festas e os costumes oriundos de suas tradições. É o caso da tribo Ianomami, que já contabilizou o nascimento de seu milésimo índio.

A tradição tribal é um aspecto forte que será mostrado no espetáculo de arena, voltado para a preparação dos guerreiros para a sobrevivência no seu habitat, mas pondo-o como exemplo de respeito aos mais profundos preceitos de sua cultura.

Este ano o bumbá procurou, para sua apresentação, compor o elemento nativo de seu cotidiano, como a caça, canoa, cerâmicas. As lendas amazônicas, terão sempre, com sua infinidade de personagens femininos do bumbá terão a cunhã-poranga Jeane Benoliel ou rainha do Folclore, Daniele Monteiro.