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Lembranças de um Festival

03/07/2004, Amazonas Em Tempo

O festival é a tradicional festa junina da cidade de Parintins. Época do verão amazônico, junho é momento em que todos que gostam e vão, se preparem com meses de antecedência, se desprendendo e se liberando nos dias 28, 29 e 30 de junho, independentemente do dia da semana. Em Manaus, muitos põem até mesmo o emprego em risco quando festival cai no meio da semana., a exemplo deste ano.Uma palavra explica tudo:o festival, mais que uma febre, é uma epidemia que toma conta de Manaus e Parintins, no final de junho.A história da cidade se mistura com as belezas e a criatividade demonstrada pelo povo parintinense, encantando qualquer um que pelo menos tenha a oportunidade de escutar uma toada. A rivalidade é um capítulo à parte, no desenrolar dessa incansável experiência.

O Festival de Parintins reúne, em um único local e momento, a beleza plástica do carnaval do Rio com o carnaval de rua da Bahia. Na arena, palco da apresentação, desfilam figuras saídas do imaginário caboclo, com o Gigante Juma, a Cobra Grande e outras lendas. O festival encena a vida do homem amazônico.

Mas em meio a tudo isso, uma coisa sempre fica. A lembrança de tudo que foi visto e vivido fica eternizado na memória de cada um. Os romances de festival, o compasso do bailado, até mesmo aquele pilequinho, nem sempre lembrado, mas com certeza justificado. O mosaico fazendo um linha nostalgia de Parintins ouviu alguns personagens, ligados direta ou indiretamente com a festa, para saber o que sentiram e o que mais lhe chamou atenção durante todo o seu envolvimento com o espetáculo da floresta. A melhor lembrança, o que lhe encantou, enfim a história que todo mundo, embora alguns finjam não lembrar, tem para contar.

A jornalista Nely Pedroso conta que o seu envolvimento com o Festival Folclórico de Parintins aconteceu devido a profissão.

Admiradora do potencial artístico e criativo do povo parintinense, ela observa que as pessoas que assistem ao festival saem maravilhadas com a grandiosidade da festa na arena. Não há quem não goste do espetáculo. Os dois bois fazem apresentações brilhantes, ressalta. Para ela, o espetáculo em si, o ritmo, as toadas de boi. O Garantido, com sua raiz na tradição, e o Caprichoso, um boi mais moderno, é que protagonizam a festa num clima de disputa saudável.

Participando da festa há nove anos, Nely conta que o momento mais marcante em toda a sua trajetória vivida na saga parintinense, foi durante a saída do boi Garantido nas ruas no dia 24 de junho dia de São João. Em cumprimento à promessa feita pelo seu fundador Lindolfo Monteverde, e a ladainha (reza) que acontece todos os anos no antigo curral do bumbá, na avenida Lindolfo Monteverde, na Baixa do São José. Já assisti a essas duas celebrações e gostei , finaliza.

O assessor de comunicação, Júlio César Guimarães explica que sua redação com o Festival Folclórico de Parintins era para ser extramamente profissional, por prestar seus serviços de assessoria para várias empresas que direta ou indiretamente estão envolvidas com o Festival. A história começou em 1996 em um momento inusitado. Foi quando eu parei de trabalhar e me voltei para a arena e vi o caprichoso, diz ele. Outro momento citado por Júlio Guimarães foi durante uma apresentação do Boi Azul. Faltou energia e a galera do Caprichoso continuava cantando as toadas e o Arlindo Júnior regia com as mãos e a festa continuava, foi emocionante, recorda o assessor.

A pedagoga carioca, Angela Bittencourt conta que conheceu o Festival Folclórico de Parintins, ao ler o esqueleto de um livro que tratava sobre a festa, durante sua viagem à Manaus. A pedagoga diz que ficou maravilhada para conhecer a tão falada Ópera Caboclo, como definiu o autor.

Visitando pela primeira vez a Ilha, ela diz que a singela expressão dos bumbás e os movimentos feitos pelos tripas do boi, são apaixonantes.

Sua melhor recordação? Foi em duas noites do Bumbá Garantido. A primeira foi quando o boi chegou na arena trazido pela Nossa Senhora do Carmo e a outra quando São José o apresentou para a galera, conta.

Uma relação simples e de puro amor, no qual o momento mais esperado de todo o ano, são três dias da festa parintinense. Com vinte e um anos, digamos de experiência de movimentação bovina, é dessa forma que o empresário Paulo Oliveira define o seu amor pelo Garantido. O momento de transmição da emoção é de pura felicidade na apresentação do bumbá Garantido, isto é simplesmente sensacional, exalta.

Segundo ele, como a cada ano existem surpresas (e quanta surpresa), fica até difícil relembrar, mais para ele, existe uma em especial. Foi quando o Garantido entrou com um boi enorme, quase do tamanho do bumbódromo e deu um banho de patchuli em todos os brincantes, do pessoal contrário até a galera. Este momento foi realmente sensacional e ficou em minha memória, relembra.

 

O Guerreiro Vermelho: Zé Walmir

A coluna fecha o ciclo bovino reconhecendo que o título do GARANTIDO deve-se a raça do povo da baixa e a coragem de José Walmir Martins de Lima, o Seo Zé WALMIR. Tirando erros e acertos , ele impressionantemente colocou um boi na arena, que não condizia com as notícias tristes de leilão do galpão e curral, falência e outros problemas no Garantido durante o pré-festival.

Zé-Walmir virou a mesa e fez mágica com os recursos que foram divididos entre credores vorazes e a arena de apresentação. Com essa atuação, ele passa para a galeria das grandes figuras do boi Garantido. Verdadeiramente, parabéns!

Gente mais que importante

Não adianta, o grande espetáculo, o grande mérito, a grande diferença do festival de Parintins para outras manifestações culturais mundo afora, é a vibrante participação do povo nas arquibancadas: as GALERAS. É de deixar embasbacado quem assiste pela primeira vez ou não a esse evento. Mesmo suportando o sol, a chuva e o desconforto da espera, que esse ano foi estúpida, o povo é a Gente mais Importante dessa festa. E se você se reconhece na foto aí ao lado orgulhe-se, você é Impressionante.

A Líder Socorro Lopes

Em meio ao nervosismo dos bastidores da apuração do festival, ter coerência em certos momentos exige um esforço sobre-humano. A guerreira do CAPRICHOSO Socorro Lopes é defensora dessa qualidade. Defensora feroz do pavilhão azul e branco e muitas vezes pedra no caminho do vermelho, Socorro Lopes sabe reconhecer as virtudes e as falhas do seu boi, do contrário e do festival. Pessoas como Socorro devem sempre ser consultadas sobre o que deve-se fazer para melhorar a festa, que diga-se de passagem está precisando. Aplausos Socorro!

 

A Figura Folclórica do Festival

Conforme o que tanto apregoamos na coluna durante a corbetura do XXXI Festival Folclórico, o item figura típica e folclórica desse ano, entre tantos concorrentes, foi para o homem-voador - Eric Scott, que roubou a cena  e quase foi preso no dia 30 de junho. Nunca um americano foi tão odiado e tão amado no Brasil, mas precisamentre em Parintins. A comoção que ele causou nos bastidores durante o empurra-empurra para prende-lo foi refletida nos gritos desesperados de uma das cumadres do boi que dizia: Salvem o americano que ele já está voando é direto pra cadeia!! Não teve concorrente à altura, literalmente. Nota 10 no item nas três noites.