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Caprichoso será multado pelo uso de penas

05/07/2004, Jornal A Crítica

O boi-bumbá Caprichoso vai ser multado em até R$ 15 mil por ter usado penas de papagaio e araras azul e vermelha nos cocares da cunhã-poranga Jeane Benoliel nas três noites do 39º Festival Folclórico de Parintins (município a 325 km de Manaus ). A decisão é do Instituto Brasileiro do Meio ambiente e dos Recursos Nacional Renováveis, que divulgou ontem o balanço da operação Não Tire a penas da Vida , realizada desde 1º de junho em Manaus e Parintins.

O chefe do Núcleo de Fauna do Ibama, Paulo Andrade, disse que a fiscalização recebeu a denúcia de que o cocar que Jeane Benoliel usaria na passagem de som do boi Caprichoso no dia 26, teria sido confeccionado com penas naturais. O crime ambiental foi comprovado por uma equipe de fiscais do orgão e da Polícia Federal que esteve no Bumbódromo nesse dia. Ela foi abordada e o fato consta do nosso relátorio e o da PF, conta Andrade.

No dia seguinte, o Ibama encaminhou um ofíco à diretoria dos dois bois bumbás de Parintins alertando para a proibição do uso de subprodutos de fauna, como penas, ossos, dentes e couro, em fantasias e alegorias. No ofício endereçado ao Caprichoso, o Ibama acrescentou um paragráfo mencionando o caso registrado na passagem de som.

Para nossa surpresa, ela usou cocares com penas naturais nas três noites e como ela é um item do boi , a agremiação será autuada e vai responder a inquérito na Justiça Federal, explica Andrade.

O chefe do núcleo de Fauna diz que a apresesão dos cocares só não foi feita na hora da apresentação do bumbá para não tumultuar ainda mais o festival, cuja primeira noite registrou um atraso de duas horas em função do processo de escolha dos jurados. Ele explica que a equipe de fiscalização entendeu que a apreesão iria piorar a situação do festival e comprometer a apresentação da cunhã-poranga e, por isso decidiu fazer apenas o registro fotográfico e de imagem, que servião de prova circunstancial na denúca a ser encaminhada ao Ministério Púplico Federal.

Por essas provas, o Ibama estima que só no cocar usado nos dias 28 e 29 havia penas de oito papagaios e oito araras. O da última noie, o mesmo usado na passagem de som, tinha de pelo menos cinco araras azuis. Para cada pena, estima-se, cabe uma multa de até R$ 500.

1,8 mil

peças de artesanato conficcionados com subprodutos da fauna foram apreendidos pelos fiscais do Ibama em Manaus e Parintins durante a operação Não tire as penas da vida deste ano.

Dos 416 itens apreendidos em Parintins o destaque foram as 168 peças, a maioria colares, conficcionaos com espinhos de porco-espinho.

28,3 mil

Peças de artesanato foram apreendidas na primeira operação, realizada em 2002.

Naquele ano a maioria das peças, 21,5 mil, foram apreendidas em Parintins, onde o artesanato indígena tinha uma feira particular montada nas proximidades do bar Chapelão. A redução no número de apreensões foi comemorada pelo Ibama.

Outro lado

Jeane Benoliel negou que tivesse sido abordada pelos fiscais do Ibama em Parintins e ficou surpresa que a autuação só tenha sido divulgada agora. Usei o que o boi mandou usar e até aonde sei todos os materiais eram artificiais. As penas,  por exemplo, foram compradas em São Paulo, na Casa das Penas, e receberam um tratamento aqui em Parintins para parecem o mais natural  possível, disse. Jeane Benoliel também lembra que o bumbá Caprichoso defende a preservação da Amazônia, sua diversidade e natureza, portanto usar produtos da fauna seria um abisurdo e uma incoerência. Nós somos os maiores defensores da natureza, reforça.

Para ela, se havia algo de irregular com os cocares, o Ibama deveria agir imediatamente e confiscar o objeto para servir de prova. Ela acresenta que só não vai apresentar os cocares para provar que são feitos com penas artificiais porque eles ficaram em Parintins, uma vez que são propriedade do bumbá Caprichoso.

Balanço da operação mostra maior conscientização

O resultado da operação Não Tire as penas da vida, realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ( Ibama ) deixo um saldo positivo muito comemorado pelos técnicos do órgão. Conforme o chefe do Núcleo de Fauna, Paulo Andrade, a divulgação na mídia, a panfletagem e a prientação aos turistas surtiu um efeito melhor que o esperado após os quatros anos de operações.

Ele conta que a operação é realizada desde 2002, mas a concepção dela vem desde 2001, quanto um levantamento feito em Manaus mostrou que havia um volume muito grande de peças de subprodutos da fauna sendo usadas na confeccões de peças artesanais.

No primeiro ano foram apreendidas 6,8 mil peças em Manaus e outras 21,5 mil em Parintins e mais 1.4 mil em Manaus. Nesse ano procuramos orientar o turista para não comprar material irregular e isso começou aqui em Manaus, no próprio curral dos bumbás. Na última festa realizada no sambódromo nós montamos um stand, fizemos sorteio e alertamos para o problema. Isso fez o sucesso da operção.

Foram fiscalizados durante a operação 33 barcos, cujo passageiros receberam panfleitos orientando a não comprar produtos feitos com naturais. Todos os vôos que sairam de Manaus para Parintins levandos turistas também foram alvo depanfletagem. Foram três mil cartazes e 5 mil panfletos distribuídos durante o festival, enumera Paulo Andrade.

Além de barcos e aviões, a equipe de 12 fiscais e quatro técnicos do Nufas fiscilizam em Parintins, 15 lojas de artesanatos certificadas, 86 barracas, 16 vendedores ambulante e mais os QGs de Garantido e Caprichoso.

Na avaliação dele, o trabalho de consciientização surtiu um grande efeito sobre as pessoas e a pressâo sobre as espéciesmais usadas na confecção de artesanato diminuio bastante.

Ao mesmo tempo, avalia Paulo Andrade, os artesãos investido mais na quanlidade dos produtos usados materiais-primas artificiais, que deixam as peças tão bonitas quantidade se fossem materiais originais .

A operação Não Tire as Penas da Vida é montada a partir de reuniões da Câmara de Fauna do Ibama, instância do órgão que reune representantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Fundação Nacional do índio (Funai), Fundação Estadual de Política Indígena (Fepi ), Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Coordenação das Organizações Indíginas da Amazônia Brasileira (Coiab).