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Parintins-Am - Reforçando o enfoque de resgate às tradições o boi Caprichoso anuncia inovações para dar sentido ao tema “A Estrela do Brasil” que regerá as três noites de apresentação no Festival Folclórico de Parintins, numa valorização histórica de seus fundadores, produzindo um boi dinâmico, técnico, pesquisado com uma nova leitura de festival.

As novidades serão mostradas desde a plasticidade e concepção de alegorias que terão estruturas menores, mas vão abusar da arte cênica.

Bem ao estilo do azul e branco, com uma linguagem mais simples, porém ousada como é sua característica, o Caprichoso terá na figura de Roque Cid, fundador do boi, o fio condutor das apresentações. Edílson Santana, o Amo do Boi, tirador de versos será o contador dessa história no Bumbódromo. “Vamos mostrar a cultura brasileira, mais regional, adaptada à nossa festa. Roque Cid, o fundador do Caprichoso vai estar em todos os momentos”, revela Simão Assayag, diretor do Conselho de Arte.

Aos poucos vão sendo revelados os segredos que fazem parte da estratégia do boi e considerado como ingredientes que tornam o espetáculo de Parintins a cada ano mais emocionante. “Roque Cid vai contar os caminhos de sua trajetória e de seus dois irmãos, como saiu do Nordeste e aqui se parintinizou”, revela. “Ele será o eixo central desse momento brasileiro, sem a rigidez do boi temático”, confidencia. O bumbá azul e branco estará mais solto, vai cantar o Brasil, a Amazônia e Parintins. Simão Assayag esconde o jogo quando o assunto é roteiro de arena e só confirma dois rituais, já que o terceiro a diretoria tenta manter sigilo até o dia 24 de junho. Já definidos pelo Conselho de Arte para nortear o significado da produção de arena, os rituais “Caçadores de Tarântulas” e “Alucinação Karajá”. O bumbá está apostando na “Lenda do Muirakitã Branco”, projetada pelo artista Rossy Amoedo que conta a história da índia Ycamiaba Naruna que se apaixonou pelo Jurupari. Dizia a lenda que as Ycamiabas ao irem encontrar o amado, faziam a pedra em argila de cor esverdeada, para dar sorte e fortalecer o amado. Um mistério envolve o último Muiraquitã Branco, que ganhou esta cor porque Naruna se rebelou e quebrou as regras da tribo.

De acordo com o projeto, os momentos folclóricos, as figura típicas regionais serão apresentados com uma nova leitura. O bumbá vai levar para a arena elementos já mostrados em outros festivais, porém com uma nova concepção, com nova didática, uma leitura de impacto, emoção, agregando interesses para quem vai julgar e quem vai assistir. A lenda amazônica da criação do mundo na visão do povo Tariana também promete dar espetáculo. Quem afirma é o artista Rossy Amoedo, apostando na evolução da alegoria que terá o seu apogeu com a aparição do Deus do Trovão. “Estamos na reta final e com certeza vai dar tudo certo”, afirma. O momento folclórico será uma das melhores alegorias do Caprichoso. Ela a vai retratar a chegada do nordestino e a fusão com o caboclo que originou a festa de Parintins.

“É uma alegoria bonita, com pé no chão, antigamente se fazia o boi sem projeto e muitas vezes a metade deixada de ser apresentada na arena”, afirma o artista Karu Carvalho. Ele acrescenta que o Caprichoso vai transmitir ao povo que virá assistir o Festival uma realidade bem brasileira, mostrando a alegria dos caboclos. A alegoria momento folclórico de Karu Carvalho vai trazer a Rainha do Folclore, Karla Thainá e a Sinhazinha da Fazenda, Adriane Viana.

Por causa do atraso dos recursos, o bumbá apresentará com toda a maturidade, o Plano B, com uma produção menor, mas com a mesma concepção artística, cenários amazônicos mantendo o padrão de outros festivais, enriquecendo mais a plástica, amadurecendo as surpresas que estão mais presentes nos atos do desenvolvimento da alegoria. Segundo o artista Juarez Lima, a torcida pode esperar surpresas. A magia do festival folclórico está na surpresa que poderá fazer a diferença no Bumbódromo.