20/06/2005, Carlos Frazão - Assessoria de Imprensa do Caprichoso
Mestre em Ciência da Arte pela Universidade Federal Fluminense, fotógrafo e designer gráfico, Andréas Valentin, estará lançando em Parintins sua mais recente obra: CONTRÁRIOS: A CELEBRAÇÃO DA RIVALIDADE DOS BOIS BUMBÁS DE PARINTINS.
Contrários é resultado da pesquisa de Mestrado realizada no Programa de Pós-graduação em Ciência da Arte, da Universidade Federal Fluminense. Através de uma análise sócio-antropológica, Andreas Valentin mostra como a rivalidade edificante entre os Bois-Bumbás de Parintins transforma um possível conflito numa celebração criativa. Na primeira parte, um estudo detalhado da geografia e da história da Amazônia nos introduz à região onde o Festival de Parintins se enraizou. A seguir, os dois Bois e a cidade que os abriga são desvelados.
A última parte traz um estudo aprofundado do conflito e da rivalidade e como esses fenômenos se manifestam e são resolvidos em Parintins. Valentin pesquisou e fotografou Parintins e os Bois durante mais de dez anos Seus dois livros anteriores, Vermelho, um pessoal Garantido e Caprichoso, a terra é azul, ambos em parceria com Paulo José Cunha, traçam um perfil detalhado de cada um dos Bois e da cidade.
São livros de grande formato e fartamente ilustrados com centenas de fotografias. Contrários, um trabalho mais denso, se aprofunda na questão da rivalidade e, dessa forma, nos aproxima da essência dos Bois-bumbás de Parintins. O ensaio fotográfico, com 32 páginas de imagens em cores, sustenta visualmente as descrições e abordagens do texto - teórico, porém apaixonado, como não poderia deixar de ser.
O Festival Folclórico de Parintins é hoje uma das maiores manifestações populares do Brasil. Todos os anos, no final de junho, os Bois-bumbás, o vermelho Garantido e o azul Caprichoso, se apresentam na arena do Bumbódromo da cidade e promovem uma celebração de dança, música e encenação dramática. Por meio de elaborados recursos cênicos – fantasias, figurinos, alegorias, efeitos especiais – são recriados mitos, ritos e lendas da Amazônia que se somam ao conteúdo original do Auto do Boi, resultando em um espetáculo complexo e em constante renovação. Esse espetáculo tem como força motriz a histórica rivalidade entre os dois Bois que, por sua vez, provoca um permanente impulso de superação através da arte. Dividida ao meio, a própria cidade reflete essa rivalidade, na sua geografia, nas suas relações sociais e no seu conteúdo visual e imaginário.
A dualidade os organiza, a rivalidade os nutre e o conflito edificante faz com que se superem na sua inventividade para promover uma celebração cada vez maior e mais bela. O Festival se ergue sobre profundas raízes amazônicas que carregam conteúdo biológico, antropológico, histórico, social e cultural
Andreas Valentin nasceu no Rio de Janeiro, em 1952. Foi aluno do artista plástico Helio Oiticica. Estudou e viveu nos EUA, onde se formou em História da Arte e Cinema pela Swarthmore College, Penssylvania. É Mestre em Ciência da Arte pela Universidade Federal Fluminense, fotógrafo e designer gráfico. Atualmente, cursa doutorado em História Social, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. É professor de Fotografia, História da Arte e Cultura Brasileira nas Universidades Gama Filho e Cândido Mendes.
Documentou e pesquisou a Amazônia durante 15 anos, resultando num banco de imagens com mais de 30 mil fotografias. Publicou dois livros sobre o Festival de Parintins: Vermelho, um Pessoal Garantido e Caprichoso, a Terra é Azul, em parceria com Paulo José Cunha. É membro da Associação Brasileira de Antropologia. Em 2004, foi vencedor do Prêmio Pierre Verger de Fotografia, com um ensaio sobre os QGs dos Bois de Parintins.