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Parintins (AM) – O comércio de Parintins ainda contabiliza os saldos positivos do Festival Folclórico de Parintins que se mantém como um dos propulsores da economia e responsável pelo crescimento da arrecadação de tributos e impostos estaduais. No mês de junho a cobrança de tributos no município foi a maior dos últimos seis meses, registrando um aumento de 43,59% em relação ao mesmo período do ano de 2004. O recorde está registrado no mapa comparativo de arrecadação da Secretaria de Estado da Fazenda, subgerência de Parintins, enviado esta semana para a Câmara de Vereadores e Prefeitura Municipal.

A variação positiva indica que em junho deste ano a arrecadação chegou a R$ 321.547,17 superando o ano de 2004 quando registrou R$ 223.928,23. “A economia de Parintins vem se mantendo crescente”, explica o subgerente da Sefaz em Parintins, Antonio Massilon de Medeiros Cursino, 34, acrescentando que o acumulado de janeiro a junho de 2005 aponta um valor superior a R$ 1, 5 milhão, comparado ao ano passado quando registrou R$ 1,2 milhão. “Temos um crescimento de 21.92% na arrecadação dos primeiros seis meses de 2005”, informa.

O aquecimento de junho envolveu os setores de alimentação, bebidas e de material de construção com a movimentação de reforma de imóveis. Os meses que antecedem o festival são para formação de estoque, da mesma forma como o reflexo do evento será sentido posteriormente em julho porque contribuintes que estão em dia com o fisco estadual , não estão inadimplentes, tem dois anos de firma ativa e que não tem pendências, ganham até 15 dias úteis do mês subseqüente à entrada da mercadoria para pagar o diferencial de alíquota de ICMS e mercadoria nacional.

A Sefaz registrou outro recorde com o crescimento acima da média do Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor –IPVA. Em junho deste ano a arrecadação do imposto foi de R$ 80.232,00, o que representa R$ 40 mil ao município de Parintins. Segundo Cursino no ano passado as cobranças não passaram de R$ 21.521,13. “Nós tivemos um aumento de 372,8% em relação a 2004”, disse, informando que as blitz realizadas pelos técnicos contribuíram para o crescimento.

O subgerente afirma que o crescimento está dentro da expectativa da Sefaz. “Quando assumimos em 2002, a arrecadação ficava entre R$ 90 e R$ 110 mil reais, hoje não fica mais abaixo de R$ 230 mil reais. Isso é um fator positivo para a agência de Parintins”, sustenta .

Massilon Cursino admite que a fiscalização não chega a 100% porque ainda ocorre evasão de receita. A própria geografia de Parintins dificulta o trabalho. Cada final de rua no período da enchente do rio se torna um porto de desembarque, aliado a conivência de pessoas que cedem os seus portos para retirada de mercadoria ilegalmente, em descaminho para a fazenda pública estadual. A Sefaz mantém uma base fluvial em Vila Amazônia inibindo a ação daqueles que tentar driblar a fiscalização.

Comerciantes: alimentos e bebidas

Na comercialização de alimentos as opiniões se dividem. Segundo avaliação do comerciante Emanoel Gomes dos Santos Filho, 54, fornecedor do ramo e proprietário de um dos maiores armazéns de atacado, a venda de alimentos se manteve estável. Ele considerou o Festival Folclórico bom para todos os setores da economia, porém disse que não houve o crescimento esperado por causa da pouca divulgação da mudança de data. “Nós vamos ter reflexos mais positivos no ano que vem. Acredito que até lá todos já vão saber da mudança e um público maior virá”, afirmou.

Outros comerciantes tiveram que solicitar entre uma e três remessas de produtos variados porque uma semana antes do evento o consumo aumentou 50%. Foi o que aconteceu com Rúbio Prado, 32, que não espera pelo sucesso nas vendas que, segundo ele, dobraram em relação ao ano passado. “Em todos os comércios circulou dinheiro”, afirmou.

Já a comercialização de bebidas ultrapassou todas as expectativas. Em relação a 2005 a cerveja patrocinadora do evento registrou um crescimento de 190%. Os refrigerantes registraram 52 % de aumento.
“A nossa venda foi de R$ 3, 5 milhões”, comemorou o distribuidor em Parintins Luiz Pessoa Neto, 47. Ele explicou que a empresa distribuidora dos produtos Kaiser e Coca- Cola fez um investimento alto em Parintins e teve um retorno considerável, se tornando a líder do mercado local. “Esse é o resultado de um trabalho que é feito o ano todo”, disse. A empresa oferece estrutura para os revendedores e tem tido ótima aceitação. Há três anos, a empresa vendia 100 grades por mês e hoje comemora os números que ultrapassam 12 mil grades em 30 dias. Na festa de Nossa Senhora do Carmo que inicia hoje com o Círio e programação social de arraial, a distribuidora de Luiz Neto terá 90% das vendas no ramo de bebidas.