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A terra do boi-bumbá vive um clima de eleição, que para alguns moradores é mais importante até que a escolha do prefeito ou do governador. No lado de cima da Ilha, a Cidade Garantido registra uma campanha das mais acirradas para a sucessão do atual presidente, José Walmir de Lima. Dos cinco candidatos que estão no páreo, o processo político polarizou entre os nomes de Telo Pinto, diretor administrativo e Vicente Matos, diretor financeiro, ambos da gestão que está encerrando.

Também estão no páreo os candidatos Erivaldo Maia (duas vezes presidente e três vices do boi e que é irmão de Emerson Maia, um dos compositores do boi), Marcilon Medeiros (irmão de Marco Aurélio Medeiros, integrante do Movimento Amigos do Garantido) e Augusto Simões.

A eleição do boi do São José está marcada para 28 deste mês com 1900 sócios aptos a votar. As ruas de Parintins ganham o tom vermelho com outdoor e banneres, enquanto que os presidenciáveis aproveitam o corpo a corpo com os sócios e torcedores mais fanáticos. Comícios, reuniões de fundo de quintal e carreatas são o ponto forte da manifestação. Eles recorrem também à propaganda no rádio e na televisão, mas não ganham horário gratuito, sendo obrigados a pagar pelo espaço para divulgar as propostas. "Eu estive em uma rua na qual moram mais de 100 sócios", diz Telo Pinto. "Eu sinto uma adesão muito grande à minha candidatura e não tenho parado", afirma Vicente. O juiz eleitoral da Comarca de Parintins, Mauro Moraes Antony, presidirá o pleito.

FINANÇAS

Os presidenciáveis refutam, mas são claras as doações aos sócios e até distribuição de dinheiro nas andanças aos bairros. Há quem aposte que o valor gasto na disputa chegue a R$ 400 mil, o mesmo orçamento estimado para ocupar a cadeira de prefeito da cidade, o que os candidatos negam. A empresária Ana Paula Perrone teve o nome retirado da candidatura de Telo, porque teria que comprovar domicílio na Ilha.