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Algum dia você já ouviu falar em Parintins a frase: O teu Boi é invejoso, tanto de um lado como de outro, a verdade que isto é privilégio dos dois bois você vai notar abaixo o por quê! Tudo levado em tom de brincadeira e rivalidade sempre para o bem do festival. Como bom Parintinense e observador dessa cultura vou relatar alguns casos interessantes de inveja e que, eu, costumo sempre dizer que é o equilíbrio que cada boi utiliza para não ficar por baixo, pavulagem típica daqui.

Vou me reportar apenas o que pude vivenciar até hoje, mas é claro que na época de Lindolfo, Vavazinho , Roque Cid e Luiz Gonzaga contavam meus tios que já existia essa pitada de inveja. Bem, comecei a observar o festival desde pequeno quando era realizado no parque das castanholeiras antigo cce, em que despontava Jair Mendes artista do Garantido com o seu boi biônico mexendo a cabeça exclusividade naquele tempo, o Caprichoso para equilibrar com seus jovens artistas tentaram fazer algo parecido, conclusão: A cabeça do boi veio a quebrar causando decepção.

E veio o tempo do Tupizão estádio, surgia a primeira Cobra Grande, o auge das toadas de J. Carlos Portilho do Caprichoso, o famoso bailado corrido do Garantido e o Caprichoso para não deixar por menos trouxe o bailado corrido na Marujada, só para não dar mancada , que o diga Chumbão, Plínio, Mica e Teco este ultimo já em outra dimensão , eram os marujeiros que puxavam o bailado e ainda rufavam os tambores, e essa sina seguiu até o final da década de 80, em que verdadeiramente esta inveja de ambas as partes se acirrou com a construção do Bumbódromo.

Aí o Caprichoso deu uma guinada utilizando na galera a expressão dos braços aliados a galhos de arvores com a festa da natureza, algo incomum até então, aonde o que prevalecia na galera eram as palminhas de madeira e as bandeiras, conclusão: o Garantido no ano seguinte para equilibrar abandonou em parte as palminhas e bandeiras e começou a utilizar os braços dizendo que era o banzeiro do rio se rendendo a novidade.

O Garantido trouxe as velas no ritual com um efeito bem diferente, o equilíbrio do Caprichoso veio com as candeias coloridas tendo como destaque as velas.

O lado Azul então apostou na musicalidade e teve a coragem de levar para arena instrumentos como o teclado, baixo, violão, charango para o acompanhamento das toadas até então sempre feitos só pela Marujada ou Batucada, alguns vermelhos disseram que isso não traria nada de importância para o boi – bumbá, conclusão : E não é que pegou, no outro ano lá vem o Garantido com os instrumentos. Que tal relatar rapidamente, aquele boto Gigante que girava com a cunhã do Caprichoso Daniela Assayag mergulhando na arena e que depois o Garantido também traria um Tucunaré não menos purrudo, em mergulhos com uma índia. Ou então o que dizer do Coração na testa do Garantido marca eterna do boi e que o Caprichoso teve que trazer a estrela.

Esse ano já se discute muito a contagem algo até antigo, e você já ouviu as toadas torcedor apaixonado e coração de torcedor são letras diferentes, mas que tem alguma semelhança!Concordas comigo, quem será que fez primeiro?. E ainda tem tantos em minha memória, se DEUS permitir vou presenciar outros tantos, o bacana de tudo isso é que a meu entendimento só aqui no Festival de Parintins , A INVEJA É ARMA DOS COMPETENTES pois sobra talento e capacidade de criação aos nossos caboclos e ainda há espaço para esse antagonismo artístico.

Por isso os dois Bois estão sempre se equilibrando, se invejando, se imitando ou como queiram entender, sem ter demérito algum. Que bom que essa inveja não trás ódio, desamor e sim felicidade e encantamento para as pessoas que fazem e que vem a essa maravilha de festa.

O FESTIVAL DE PARINTINS VAI SER SEMPRE ESSE ESPETÁCULO GRANDIOSO, AONDE ATÉ O SENTIMENTO DE INVEJA SE TRADUZ EM ARTE.