01/05/2004, Jonas Santos/A Crítica
Demétrius Haidos mora numa área nobre da Ilha Tupinambarana. Uma casa com colunas e fachada que lembram a Grécia, localizada na rua da orla, onde reina muita tranqüilidade. "Fico na varanda de casa contemplando o Rio Amazonas. É onde absorvo todas as vibrações para escrever uma música", revela.
Quando não se dedica a compor, Demétrios está envolvido com os negócios da família, proprietária de várias lojas de confecções na cidade. O que arrecado compondo faço investimentos na poupança e tiro uma parte para o meu lazer, comenta sem esconder que se integrou sem muita dificuldade ao reduto boêmio dos batuqueiros da Baixa. "Você não consegue imaginar a sensação de ver a massa do Garantido cantando uma toada sua, no Bumbódromo. É uma emoção indescritível. Acredito que deve ser como fazer um gol, jogando pela Seleção Brasileira", diz.
Ademar Azevedo e Demétrios Haidos possuem motivos de sobra para estar de bem com a vida e o boi-bumbá. Para esses novos talentos, toada é uma razão de viver. Não é todo dia que um compositor consegue emplacar num disco oficial de toadas do Festival de Parintins, esse número expressivo de obras musicais, concorrendo com mais de 400 toadas inscritas nas associações Folclóricas.